sexta-feira, 27 de julho de 2012

Instrução da Madrugada - Ranulfo Lobão

INSTRUÇÃO DA MADRUGADA                                       30/04/2004
Instrutor: RANULFO LOBÃO

Em verdade, o que representam esses que passam por nós pelas ruas da amargura, escorando-se numa bengala ou numa muleta, gementes, carregados de mágoas, dores e muitas histórias para contar a quem tiver paciência para ouvi-los, mesmo em minutos? Já pensaram quem são esses que param à nossa frente, rostos tristonhos, cabelos desgrenhados, roupas sujas e em frangalhos, porque a miséria é a sua companheira e o chão o seu banco, sua cama, e o seu abrigo? Quantos somos nós que ao passar por eles, ignora os seus dramas, a sua fome de pão do corpo e da alma e a necessidade de paz e de um pouco de carinho?

Lembremo-nos em assombro as palavras de JESUS, pedindo a caridade do amor aos sofredores: “Aquele que receber a um destes mais pequeninos irmãos meus, é a mim mesmo que recebe”. E, que são, afinal, os pequeninos das suas expressões? As criancinhas? Os adultos de pequena estatura? Claro está que esse Anjo de DEUS ama a todos nós. Às criancinhas dedicou sua doçura e disse ser dos que se lhes assemelhassem, o reino dos Céus; ao possesso determinou fosse liberto pela malta de Espíritos imundos, mas, sem os condenar; à mulher pega em flagrante adultério, impediu que fosse apedrejada e, logo a seguir, apelou para que não tornasse a pecar e não a acusou como os demais o faziam; diante de Pôncio Pilatos, em completa serenidade, não o censurou, nem o ameaçou, compreendendo-lhe a ignorância do que ELE representava na TERRA, naqueles instantes; cravado cruelmente na cruz, lá no alto do Calvário, ergueu o pensamento ao PAI celeste e pediu perdão para os algozes, porque estes não sabiam o que estavam fazendo!

Em todas as circunstâncias ELE era o IRMÃO do irmão que o abordava, o ofendia ou era ofendido pelos demais. Dizia claramente que os sãos não precisam de médico e sim, os que estão enfermos. Pois, bem, em termos os mais felizes e verdadeiros, os pequeninos aos quais ELE se referia, eram e são, os sofredores, os enganados do mundo, os cegos, os paralíticos, os leprosos, os atingidos pela ingratidão, pelo abandono, pelo ódio e pelo desprezo! São esses que se arrastam pelos caminhos da TERRA e da vida, curvados ao peso das dores resultantes dos seus vícios e crimes, que DEUS em sua infinita misericórdia entregou a ELE para que os cuidasse mais particularmente enquanto eles se encontrassem em expiação e necessitados de atenção de quem mais entende de amor e caridade. Nós nos temos enganado tanto, com relação a estes pormenores do ensino e dos exemplos desse luminoso Anjo que projeta a sua luz e vibra o seu amor sobre todos nós que, afinal de contas, também, somos os pequeninos petulantes, orgulhosos, prepotentes, ingratos, maledicentes, roídos pela inveja aos ricos e aos felizes, mas, IRMÃOS que ELE jamais desprezaria ou deixaria ao abandono!

Os sofredores são os enfermos morais! Eles pecaram contra a castidade, contra a humildade, contra a confiança e contra o amor! Pecaram pela descrença, pela dúvida teimosa, pela ingratidão, pelo desrespeito e por tantos outros motivos, no passado, ou estejam pecando no presente, por ignorância do que lhes poderá acontecer: ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM, disse o Mestre do EVANGELHO. E, porque estão alcançados, ou o serão mais tarde é que JESUS, apiedado dos seus tormentos, sensibilizado com as dores que sofrem, ou virão sofrer, e porque Anjo de nossa salvação dirigiu a todos nós, este apelo: “A NINGUÉM DESPREZEIS!” É como se estivesse afirmando, com aquelas palavras em favor dos pequeninos, que, se não os recebermos, a ELE negaríamos atenção.

Não nos percamos mais, enredando-nos com os nossos dengos! Prestemos atenção e auxílio, por mais pequeno que seja, aos homens que de nós se acerquem, pois, além de serem legítimos irmãos, têm a JESUS por trás deles a pedir-nos a bênção da CARIDADE, de nossa parte!

                   R A N U L F O  L O B Ã O
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